quinta-feira, 24 de setembro de 2009

LVI - VOCABULÁRIO ANTIGO E MEDIEVAL

Península Ibérica seculo IX

Na Idade Média, existiu, três se pudermos chamar de ciclos,
grupos de poesias que falavam do mesmo assunto.
CAROLÍNGIO - Germânico(epopeias Carolíngias, cantava o
heroísmo, a força).
BRETÃO - Céltico( epopeias, Lendas Bretãs, Amadis, fidelidade
e a honra, celebrava as damas e os amores, no fundo tinha
também a força.)
GREGO LATINO - Grego-Latino(tradição Clássica, época dos
trovadores, personagens da História Antiga.)
Os Portugueses, identificavam-se mais no "Ciclo Carolíngio"
usavam a sanfona, muitas flautas «gaita do capador».
No "Bretão", temos uma obra famosa "Amádis de Gaula de
Lobeira", Afonso Lopes Vieira.
*
"Os homens, vistos em quantidade, devem agora merecer
a nossa atenção qualitativa: quais os traços comuns e quais
os traços especificos das mentalidades das diversas camadas
sociais, desde o alto clero e a grande nobreza até ao mísero
escravo, ao judeu e ao mouro; como encaravam estes homens
a vida, em suas contradições e coerências, reações perante a
sociedade, expectativas de viver e de morrer; que
transformações psicológicas lhes traziam as guerras, as epidemias
e as fomes; como falavam e de que maneira escreviam; que
significado tinham para eles conceitos como os de nação, de
linhagem, de privilégio ou de liberdade; como encaravam o
tempo e o espaço, o avaliavam e o mediam . . . .
As estruturas básicas eram o clero, a nobreza e o povo . . .
A nossa historiografia abunda em estudos literários e
alguns de real mérito e profundidade. Não basta, todavia,
analisar a poesia trovadoresca, as características da «crónica»
ou das literaturas religiosa, doutrinária e política. Há
que explicar históricamente fenómenos como o «vazio poético»
de 1350-1450; há que produzir trabalhos sobre a estética
literária, a temática, as formas, as técnicas, os públicos .
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O fundo medieval mais importante que se conserva na Secção dos
Reservados da "Biblioteca Nacional de Lisboa" é formado pelos
chamados "Códices Alcobacenses". É quase meio milhar
de volumes, de todos os formatos, recolhidos do cartório do
Mosteiro de Alcobaça, após a extinção das ordens religiosas,
em 1834, e que vão do século XII ao XV. . .
(fragmentos do livro "História Medieval Portuguesa")BAÚ. . .
*
Trovadorismo
século XII a XV, da região do sul da França, Provença
apareceu a nova moda poética, que eram poesias cantadas
trovadores, que na maioria eram nobres(clero,
marqueses, condes) e alguns reis como D. Dinis e
pequena nobreza(barões, viscondes, cavaleiros).
Cantada e tocada( instrumentos como lira, harpa, alaude,
flauta), por jograis ou menestréis, em castelos, aldeias . . .
Predominava as letras o Amor.
Cantiga d'amor- Poesia do homem para a mulher.
Cantiga d'amigo-da mulher para o homem.
Cantiga d'escárnio- redícularizava, a pessoa(rei, nobre . . .)
A
* á ou aco - cá, aqui, para cá . . .
* aacima - por fim, por último . . .
* aaer ou aar - ar.
* aalem - além.

* aanoite - ontem, a noite passada . . .
* aassinado - junto
.
* aazador - causador.

* abacismo - espécie de ladrilho.
* abaco - cofre, arca.
* abafa - bravata, ameaça.
* abantesma - fantasma.
* abasmar - desprezar, censurar.
* abbadim - aldeia.
* abecturio - Abecedário .

* abetum - auxílio, socorro.
* abisso - inferno, abismo.

* abofee - realmente, na verdade.
* abofetar - esbofetar .

* abolório - os avós, os antepassados.
* abraemo - moeda de Goa.

* abraico - hebraico.
* absconsa - lampada de dormir usada palos monges.
* abyto - hábito, vestimenta.
* acá - cá, para cá, aqui . . .
* açacal - carregador de água.
* açadacão - nobre na região de Goa.

* acadar - agarrar, alcançar.
* acafea - astrolábio.
* acalar - calar.
* açaquifa - prisão, lugar de detenção.

* acarvado - angustiado, magoado.
* accomiar- recusar.
* acerca - quase .
* acha - arma em forma de machado .
* achagado - ferido.
* acistano - mosteiro, convento de monjas.

* a có - para cá.
* aco - pergaminho de pele de vitela.
* acorro(ô)- auxílio, reforço.
* acquirir- adquirir.
* acremento- acréscimo, aumento.
* acreo- incredulo.
* actor - autor.
* açujar - sujar.
* adail - guia de tropas . . .
* adeca - adega.
* adereito - hábil, ligeiro .
* adiantado - governador, juiz . . .

* adiça - mina de ouro.
* adixar - povoado, aldeia.
* ado - onde.
* ads - adeus.
* adufe - pandeiro.
* adur - mal, a custo, dificilmente . . .
* aduzer - trazer; adusse - trouxe.

* afito - diarreia.
* afrenmosentar - embelezar, tornar formoso.
* afficado ou aficado - aflito, oprimido, importunado.
* agardecer - agradecer.
* aginha - depressa.
* agou - achou, encontrou.
* aguisar - permitir, fazer, dispor . . .; aguisa - permite.
* ahora - agora.
* ajeno - alheio.

* a la fé ou ala fem - à fé, na verdade.
* alcaçova ou alcaceva - cidadela, castelo . . .

* aler - aquém.
* alemar - além-mar.

* alfazar - caminho largo.
* alfitra - imposto que os Reis de Portugal cobravam dos mouros.
* algalia - perfume.
* algarafa ou algarrafa - garrafa.
* algen - alguém.
* alguun ou alguu - algum.
* alhi -ali.
* alhu lo - em outra parte.

* almudeiro - cobrador de impostos sobre o vinho;que leva um almude.* aló - lá, ali.
* altamia - tigela grande.
* alte - alto .
* amado ou amador - amante.

* amentre - entanto que.
* amos - ambos.
* antequanto - quanto antes.
* aosadas - certamente, arrojadamente, afoitamento. . .
* apus - após.
* aquanto - quanto.
* arlota - mulher devassa.
* arremeção- medida agrária de 19,5 palmos ou 4,30 cm.

* atee ou ata ou ataa - até.
* atemaqui - até aqui.
* aver - haver; oer - houver; ei -tenho; ham ou am - hão; aia - haja; ajamos -tenhamos.

* avuitor- avutre

B
* bafari - espécie de falcão.
* bagançal(India) - loja, armazém.
* bailada ou bailia - baile, dança.
* bel - belo.
* betesga (ê)- viela, beco sem saida, rua estreita.

* bever -beber.
* bodalho - leitão.
* botello - garrafa.

* borõa - pão, broa.
* brial - túnica medieval.
C
* ca - porque, que, como, visto que . . .
* cadeixo - alfarrábio, livro velho.
*
* carreira - estrada caminho.
* cartel- aviso, cartaz, anuncio público.
* catar - ver . . .

* caudo - caído.
* cha - cá, porque.
* chabuco - chicote, açoite.
* chacim - porco.

* chiota ou chiote - vestuário de burel e capuz.
* chispo - sapato alto e pontiagudo.* ceoso ou cioso - ciumento, invejoso . . .
* comprida - cheia . . .
* coor - cor.
* cor - espírito.
* cortesã- favorita do rei.
* côvado - medida antiga de comprimento, equivalente a 66 centímetros.* cronista-mor- pessoa que era nomeado pelo rei, para
escrever sobre a história do seu reinado.

D
* dar - dar; dam- dão; dedes- deis.
* denodade - atrevido . . .

* des - desde.
* desconortado - desconsolado.
* desdem - ira, desdém.
* des quando - desde que.
* des i - além disso, desde então . . .
* desque - depois que.

* doaire - graça, elegância.
* dol - dói.
* dulta - dúvida.

Nenhum comentário: