quinta-feira, 24 de setembro de 2009

LX - VOCABULÁRIO ANTIGO E MEDIEVAL

S
* sa - sua.
* sacelo- pequeno templo, santuário.
* sanha - cólera, raiva . . .
* sanhudo - insano, furioso.

* sazon - estação, tempo.
* seer - ser, estar; he ou est - é; seerá - será; sejo - sou; seve ou sevi - fui
son ou sõo - sou.
* si - sim, assim, se.
* sino - sinal, signo; golfo. . .
* soer - costumar.
* sofrudo - sofrido, paciente.
* soía - (Imperfeito Indicativo) de soer.
* soidade ou soydade - saudade, desejo.
* sol ou ssol - só, sózinho, sómente . . .
* son - música, som, melodia, toada.
* sse - se.
* sseu - seu.

T
* talan - vontade, desejo . . .
* tardada - demora.
* teyto - teto, construção.
* tercer - três, terceiro.
* torto - maldade, injúria, ofensa . . .
* toste - depressa, cedo . . .
* traer - andar, vir; treide - vinde.
* trager - trazer; tragia - trazia; tragedes - trazeis; trax - traz.
* trobador- trovador.
U
* u ou hu - onde, quando . . .
* unha- uma.
* uxte!- apre!, arre!, puxa!.

V
* vagar - tempo, demora, sossego . . .
* velida - bela . . .
*vergel - pomar, jardim.

* vesso - verso.
* vez - pequena porção, dose, quinhão.
* vezada ou vezar - vez.
* viado - antigo pano de listras.
* viço - vício.
* viir - vir; vin - vim.
* vilagem - vila.
* vilar - pequena aldeia, lugarejo.
* vinco - brinco.
* virgo - donzela.
X
* xaqueca - enxaqueca.
* xastre - alfaiate.
* xe ou x' - se
Y
* y - i, aí, ali . . .

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O Rato, a Rã e o Minhoto

Comta-se que h~uu(¹) rrato, amdando sseu caminho pera
emderençar sseus neguocios ueo arriba de h~ua augua,
a qual ell nom podia passar. E estando assy cuydoso carriba
da augua, veo a ell hu~ua rrãa e disse-lhe:
▬ Sse te prouuer, eu te ajudarey a passar esta augua.
e o rrato rrespondeo que lhe prazia e que lho agradeçia
muyto. E a rrãa fazia esto pera emganar o rrato, e disse-lhe:
▬ Amiguo, legemos h~ua linha no pee teu e meu e ssube em
cyma de mym. E orrato feze-o assy. E, depois que forom no
meo da augua, a rrãa disse ao rrato:
▬ Dom velhaco, aqui morreredes maa morte.
E a rrãa tiraua pera fundo, pera afoguá-lo de so a augua, e
ho rrato tiraua pera çima. E, estando em esta batalha, vios
h~uu minhoto que andaua voamdo pello aar e tomou-os
com as hunhas e comeos ambos.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Em aquesta hestoria este doutor rreprehemde os hom~ees,
os quaes com boas pulauras e doçes de querer fazer proll e
homrra a sseu proximo, emganosamente lhes fazem maas
obras, porque ali dizem com as limguoas e all teem nos
sseus corações.
*
O rrato, a rrã e o minhoto
Fábula do seculo XV.
Biblioteca Palatina de Viena Áustria.
Leite de Vasconcelos
(¹) ~u - til sobre o u.


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